Palavras de Eduardo Jorge, poeta, vídeomaker e outras coisitas mais, sobre San Pedro, poesia, vídeo, dança, resíduo para novos encontros, sempre. (A foto é dele, também.)
"O movimento do poema ao vídeo pode sim ser mais complexo, ramificado para que ele reverbere um pouco mais no pensamento. E também de uma alegria, uma vez compartilhado por afinidades (poesia, dança, vídeo) entre outras pessoas. E foi assim em 2006 com a proposta de Fátima Souza para dançar um poema, San Pedro, em Fortaleza, junto ao grupo que se reunia para além-da-dança no Alpendre. O projeto levou um nome Interferência: San Pedro. E um sentido delicado deste gesto “interferiu” até mesmo na morfologia da palavra brusca interferência, pois surgiu neste projeto junto à dança, um grupo de estudos, ensaios, gravações, escrita e se fez dessas atividades algo muito difícil de separar uma da outra. Tudo foi dançado. A importância de ainda lembrar San Pedro é sua reverberação em outros lugares, um contágio de um trabalho coletivo movido pela alegria do fazer e que anima outras pessoas, como mais recentemente na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, depois da exibição do vídeo-dança o olhar foi motivado a caminhar pela cidade até um outro edifício antigo do centro de Belo Horizonte chamado JK, além de outras atividades estéticas que as pessoas envolvidas na disciplina dos professores Adriano e Breno se propuseram junto ao espaço público. Assim, foi o San Pedro no edifício São Pedro. Mas pode ser no edifício JK ou outro lugar. Articular coletivamente atividades estéticas (como articular corpo e imagem), que não destoem de propósitos individuais dos participantes é uma coreografia das mais potentes que nos desafia a criar."
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