segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ainda sobre um estado de invenção...



“De que recursos dispõe uma pessoa ou um coletivo para afirmar um modo próprio de ocupar o espaço doméstico, de cadenciar o tempo comunitário, de mobilizar a memória coletiva, de produzir bens e conhecimento e fazê-los circular, de transitar por esferas consideradas invisíveis, de reinventar a corporeidade, de gerir a vizinhança e a solidariedade, de cuidar da infância ou da velhice, de lidar com o prazer ou a dor?” (Peter Pál Pelbart)


Que planos de composição estamos ajudando a traçar? Qual a potência dos afetos aos quais nos vinculamos? Em que estratégias podemos investir, a fim de que as relações de poder necessariamente implícitas ali, no jogo da construção coletiva, não se convertam em relações de dominação?
O que pode garantir o Viver, o Existir, é a própria condição de continuar inventando. Estratégia micropolítica para invenção de novos mundos: afetar e ser afetado, ter e produzir alegria, desejar.

Permanecer em estado de invenção não é uma condição de estabilidade. Pelo contrário: é uma condição de mobilidade, é a própria condição de andar, nômades, porém sóbrios, já que “tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranqüilo”.