terça-feira, 2 de junho de 2009

Um balão...




Às vezes, as coisas doem em mim sem que eu as vivencie realmente. Basta saber delas, que eu sinto uma dor. Mas não é uma dor de morte, é, antes, uma dor de vida, quando reconheço minha existênciaem outras existências. E chamo de dor só o instante primeiro, o susto. Logo depois vira outra coisa, uma emoção, um assombro, uma paz, um silêncio. E tudo recomeça...uma dor, uma emoção, um assombro, uma paz, um silêncio...Isso tudo sou eu. Cuidado: não sou a dor. Inevitavelmente passo por ela. Mas necessariamente a ultrapasso. Acho que sou a tranquilidade depois da dor, e só deixo que as dores me cheguem imensas, a princípio, a fim de que me venha em seguida, maior ainda, mais larga e cheia, a tranquilidade.




(Escrevi isto em julho de 1992)

4 comentários:

  1. "E ela não passava de uma mulher... inconstante e borboleta."
    Clarice Lispector

    ResponderExcluir
  2. Dona Andréa, dona Andréa...

    feriado é uma benção - tempo de ver o mar e deixar que o movimento seja dele e o que mover em mim é consequência do que meus olhos veem.

    alugar filmes totalmente bobos e morrer de rir com Brigit Jones - rs.

    e então se sentir revigorada pronta pra ser um "tanque de guerra" novamente - rs

    ResponderExcluir
  3. Fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo: Nem ele me persegue, nem eu fujo dele, um dia a gente se encontra.

    Mário Lago


    ==== para além do que quero dizer sobre teus escritos, quero escrever sobre mim em relação a você.A gente (eu) procura sempre um referencial, um ponto norte, uma base para podermos nos sustentar e caminhar, dá os primeiros passos. Mas nunca tinha pensado que ao escolher fosse tão difícil continuar seguindo, continuar no caminho, sem desistência e com disciplina. Tenho uma profunda admiração por você, dessas que parecem que surge de uma hora pra outra, que parece um dilúvio de sentimentos desencontrados.Eu sempre penso em não decepcionar às pessoas, nem a mim, mas, nossa, como é complicado ter essa postura racional, a gente passa a se sentir pequeno ou incapaz, parece que não abarca o mundo, ficando assim confuso, destrambelhado, perturbado, sem sentido, sem caminho( aparentemente). Eu páro e penso: Preciso me organizar! E vou colhendo as asas que fui despedaçando por aí, vou me recompondo das viagens de uma menina que se encantou com o vento. Tudo isso, esse circular de nada aparentemente dizível, é só para lhe dizer que... Embora eu tenha esses sumiços repentinos meus pensamentos me levam a você. Parece amor, e é né? Admirar é uma forma de afeto. Sim, eu vou voltar a mim. E para tanto eu mais uma vez tenho que me expor. Eu sou tímida e medrosa e insegura, possa até não parecer, mas sou. Seus braços e abraços me confortam, me equilibram, me estabelecem, mas mas mas mas mas estou tão confusa que acho que tudo parece água nas minhas mãos. A gente se vê na segunda, só farei e me colocarei frente às coisas se eu tiver absoluta certeza que me dedicarei, que nada me descirtuará do caminho... Não gosto de estar presente-ausente. Não me permito! Não quero mais me permitir a isso.
    Bom final de semana e segunda eu te dou um abraço bem forte. Se eu encontrar uma rosa no meio do caminho te levo. Sou sua admiradora de carteirinha.

    ResponderExcluir